O governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias, se reuniu, nesta quinta-feira (8), por videoconferência, com a assessora da presidência da Argentina e coordenadora da pauta de vacinas no país, Cecília Nicolini, a fim de articular a autorização da vacina Sputnik V, já amplamente utilizada naquele país.

Wellington Dias não mede esforços para conseguir a licença excepcional para importação da Sputnik V, a vacina russa contra o coronavírus, por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Em agenda na última quarta-feira (7), a Anvisa determinou a necessidade de relatórios de outros países que já utilizam a vacina russa, por essa razão Dias conversou com a coordenadora argentina.

 

“Essa vacina está sendo utilizada desde o início da vacinação, de modo especial na região da grande Buenos Aires e com bons resultados. A Argentina se prontificou, já encaminhando o relatório sobre os baixos efeitos colaterais, a imunização adequada. Inclusive, eles usam outras vacinas e a Sputinik é colocada como aquela de maior imunização. Esse mesmo estudo foi realizado também pelo México e em 58 países do mundo e queremos usar no Brasil, pois precisamos de mais vacinas para salvar vidas, para menos hospitalização e para menos óbitos”, afirmou Wellington Dias.

O Consórcio de Governadores do Nordeste já negocia com o governo russo a compra de 37 milhões de doses da Sputnik V, o imunizante é mais uma opção para a imunização da população brasileira, que conta com baixo número de vacinas. Conforme o governador do Piauí, a legislação brasileira prevê a validação da autorização excepcional quando um imunizante tiver recebido o aval de autoridade sanitária de uma série de países.

 

“Temos esse contrato do Consórcio Nordeste, junto com estados do Norte, para comprar 37 milhões de doses e agora precisamos só da autorização da Anvisa para chegar vacina ainda em abril e temos outro contrato para a compra de 10 milhões de doses. Então, tudo que pudermos fazer para ajudar, como esse contato que estamos fazendo com a Argentina, vamos fazer. Entendemos que é uma operação para salvar vidas”, enfatizou Wellington Dias.

 

Segunda dose da vacina Butantan

Wellington Dias pediu ainda uma agenda com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para discutir um planejamento de aplicação de doses da vacina produzida pelo Instituto Butantan, a CoronaVac. O governador explicou que, por ter entregado 27 milhões de doses em março, o Butantan só poderá entregar 10 milhões neste mês, o que pode afetar a aplicação da segunda dose.

“Temos uma situação em que o Butantan, principal fornecedor de vacina no Brasil, como fez uma antecipação, ampliando o número de vacinas produzidas e entregue no mês março 27 milhões, agora em abril, ele tem uma entrega menor, segue produzindo, mas com uma entrega menor, algo em torno de 10 milhões. Quando vacinamos 27 milhões em um mês, no mês seguinte vamos precisar da metade das doses, pois completa os 28 dias, neste caso, algo em torno de 14 milhões de doses. Por essa razão, cada estado terá um planejamento para o uso de vacina e assim ninguém ficar sem a segunda dose. Neste sentido, estou pedindo uma agenda com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para evitar que isso aconteça”, relatou.