O futuro não demora, mas foi com os olhos no passado que cinco estudantes do Centro Estadual de Tempo Integral (CETI) Inês Maria de Sousa Rocha, localizado no município de Piracuruca, conseguiram estar entre as 21 equipes finalistas, em todo o Brasil, da Sapientia – Olimpíada do Futuro 2020.

As finalistas concorrem a Sapientia, iniciativa do Instituto Vertere que fomenta a produção de projetos que impactem de forma efetiva e real a sociedade civil do país, e avalia as ideias propostas pelos alunos pelo grau de inovação, impacto socioambiental e viabilidade de implantação da proposta, seguindo a Agenda 2030 da ONU.

O Projeto Ecolorgenie

O grupo está desenvolvendo o projeto na área de química verde, com a criação de uma tinta para pincéis para quadro de acrílico à base de produtos orgânicos para substituir a tinta sintética que já vem sendo usada pela escola. A inspiração surgiu após a visita ao Parque Nacional de Sete Cidades, como explica, Geovana de Brito Matos, líder da equipe e responsável pela administração da marca e produção do produto.

“Lá há muitas pinturas rupestres, então comecei a pensar na prática que é o uso das tintas naturais. Comecei as pensar a pintura com materiais naturais e ecológicos e o quanto isso fazia bem ao nosso planeta e percebi que as tintas sintéticas para o quadro em acrílico é algo que utilizamos cotidianamente e é um produto essencial para as escolas daqui e do Brasil inteiro, então seria interessante procurar um material alternativo para essa tinta e que tivesse um cunho mais ecológico, benéfico para os docentes e meio ambiente em si”, esclareceu.

Fases da olimpíada

A Sapientia acontece em etapas individuais e grupos. Na primeira fase ocorrem as provas objetivas com questões sobre temas relevantes e uma redação com tema social: a educação do futuro na visão dos alunos. A segunda fase solicita uma redação de cunho analítico e crítico sobre o tema: infodemia, desinfodemia e fake news (notícia falsa). A terceira fase é focada na elaboração dos pré-projetos com as ideias que vão transformar o mundo.

Geovana conseguiu avançar na fase individual e recebeu o convite para participar da etapa em grupo. “Depois que passei na primeira fase, ganhei uma medalha de ouro e fui convidada a participar da etapa em grupo. Estamos na penúltima fase, antes da apresentação final do projeto em si, que é destinada a investidores e pessoas interessadas em contribuir para os projetos da olimpíada. A iniciativa foi nossa, mas recebemos grande apoio da escola nas etapas e contamos com todos os professores que nos auxiliaram”, explicou Geovana.

A equipe Ecolorgenie é formada por Carla Vitória Vieira Costa, responsável pelo Design e Revisão Textual do projeto; Amanda Maria de Brito Viana, setor de comunicações e redes sociais; Weny Manuela Ferreira Alves da Silva cuida das Finanças e Logística do projeto. Elas são coordenadas pela professora mentora Alessandra Ferreira da Silva, que também é certificadora do projeto. Nesta fase irão elaborar um vídeo com duração de quatro minutos, slide de explicação do projeto, incluindo a área financeira, e um site voltado para o projeto.

As estudantes comemoraram estar entre as finalistas e serem uma das 8 equipes oriundas da rede pública de ensino do país que estão nas fases finais.

“Ficamos extremamente felizes ao descobrir que somos umas das poucas equipes finalistas de todo o país. É incrível ver que nossos esforços geraram resultados e que, futuramente, poderemos modificar o local onde vivemos, criando um ambiente escolar mais ecológico e agradável. Sabemos que nosso projeto propõe uma mudança pequena, mas acreditamos que com uma pequena ideia é possível gerar um grande impacto. Espero que nosso projeto tome proporções simbólicas e que consigamos modificar o futuro”, comemorou.

As apresentações serão realizadas de forma on-line diante do cenário de pandemia. Nos dias 12 e 13 de dezembro acontece a apresentação dos dez projetos finalistas durante a cerimônia de apresentação.

O diretor do Ceti, Gilvan Fontenele, destaca que a escola já possui o histórico de incentivar os estudantes a participarem das diversas olimpíadas.

“Sempre participamos de Olimpíadas e estimulamos nossos alunos a participarem e no caso específico da Sapientia – Olimpíada do Futuro, as alunas tomaram a iniciativa e me pediram pra fazer a inscrição, pois só o responsável pela escola podia fazer. Essas iniciativas elevam o nome da escola, então surge a necessidade de apoiarmos, pois enaltece a educação e tornamos mais atrativa a educação em tempo integral”, pontuou.