Nesta quarta-feira (23), o Diálogos de Ater, da EmaterTV, debateu a atuação do Programa Água Doce (PAD) no Piauí e suas implicações entre as populações das comunidades beneficiadas pelo programa no semiárido piauiense.

Participaram das discussões, o diretor-geral do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Piauí (Emater-PI), Francisco Guedes, o coordenador do programa no Piauí, Adalberto Nascimento e o agricultor familiar e comunitário da Associação Vereda da Cacimba, em Campo Alegre do Fidalgo, Genésio Pascoal.

O Programa Água Doce (PAD) é uma ação do Governo Federal, coordenada no Piauí pelo Emater, que visa estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização no semiárido brasileiro.

O programa leva qualidade de vida e dignidade a moradores do semiárido piauiense, contribuindo para a saúde dessas populações e com o desenvolvimento das comunidades.

O diretor-geral do Emater, Francisco Guedes, falou da importância das ações do Instituto no semiárido piauiense no que diz respeito à melhoria da qualidade de vida nas comunidades e destacou a construção de três unidades de transferência de tecnologia, em parceria com a Embrapa, que levarão mais desenvolvimento para a região.

“Estamos montando três unidades de transferência de tecnologias no semiárido piauiense voltadas aos ambientes salinos, ou seja, usar água salobra para beneficiar plantas e animais. Em breve, teremos tanques de peixe e camarão no semiárido, além do plantio de palma. São unidades piloto que serão referência para o Brasil e o mundo semiárido e, consequentemente, irão melhorar o IDH desses municípios”, afirmou Guedes.

Adalberto Nascimento, coordenador do programa no Piauí, destacou a importância do PAD na melhoria da saúde das populações das comunidades beneficiadas.

“Infelizmente, a maioria das comunidades de semiárido piauiense dispõe de águas salobras e as pessoas continuam consumindo, levando a um grande índice de doenças como diarreias, hipertensão, pessoas que só têm um rim, e, com o Água Doce, a gente está resolvendo muito. Tínhamos comunidades com 80% da população com problemas de diarreia e, hoje, segundo os agentes de saúde, não tem mais nenhum registro disto nestas comunidades”, afirmou.

A água potável distribuída pelo programa ainda chega a escolas e postos de saúde dos municípios beneficiados, reduzindo os custos das gestões com a compra de água mineral para estes fins.

Na oportunidade, o agricultor familiar e comunitário da Associação Vereda da Cacimba, em Campo Alegre do Fidalgo, Genésio Pascoal, falou sobe como o programa mudou a vida da sua comunidade e trouxe dignidade aos moradores.

“Quando a gente vivia sendo abastecido por carros pipa, as pessoas da comunidade que tinham problemas de saúde sacrificavam seus orçamentos familiares para comprar água mineral e ter alguma qualidade de vida, algo que hoje não é mais necessário. Na nossa comunidade, temos 35 famílias que bebem, todos os dias, água do nosso dessalinizador. Aqui, antes, água na geladeira era um luxo e hoje não é mais, graças ao Água Doce e ao Emater-PI”, comemorou  Genésio.

No Piauí, de 2013 até agora já foram destinados R$ 12,9 milhões para o Programa Água Doce e, até o final da vigência do convênio com o Ministério do Desenvolvimento Regional, previsto para 2023, a expectativa é que sejam investidos R$ 13, 9 milhões no estado, resultando na implantação de 67 sistemas de dessalinização no semiárido piauiense.

A íntegra do encontro, que foi realizado de forma virtual, está na página do Emater-PI no YouTube.