Há quase duas décadas, um complexo escolar desocupado na zona Sul de Teresina ganhou cores, ritmos e movimentos por meio do hip hop. Mais do que um espaço de referência cultural, ao longo dos anos, a Casa do Hip Hop promove grande impacto social na região do bairro Parque Piauí, levando cidadania a centenas de jovens em situação de vulnerabilidade. Com o passar do tempo surgiu a necessidade de manutenção e reforma na infraestrutura do prédio, mas as atividades seguiram, marcando a resistência do movimento e de seus atores.

Por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, a Casa do Hip Hop passa por ampla reforma, priorizando as necessidades urgentes como: teto, muro e toda a parte elétrica e hidráulica. A reestruturação do espaço também garantirá a criação da primeira galeria de arte urbana e de grafite do Piauí. A Equatorial Energia foi a empresa que abraçou a causa e patrocinou o projeto de reforma. Mesmo com as obras em andamento, o coletivo de artistas que ocupa o espaço mantém uma programação de cursos e oficinas. Semanalmente ainda acontecem atividades esportivas com capoeira e judô.

“Patrocínios como esses da Equatorial são cruciais porque motiva os jovens que fazem trabalho cultural por amor. Assim como eu faço, tem outros em vários bairros da cidade que, se não tem apoio, vai perdendo forças. Para além da cultura, o patrocínio proporciona cidadania. Proporciona, de certa forma, o enfrentamento à violência porque vai colocar os jovens para se dedicar à arte e a cultura e não trilhar outros caminhos”, declara Arthur Doomer, coordenador da Casa do Hip Hop.

As atividades realizadas na Casa do Hip Hop contemplam todos os públicos, do infantil ao adulto. O estúdio de música do local movimenta a cena do rap na capital piauiense. Grupos de todas as zonas da cidade se deslocam até lá para gravar. O grafite também é fortalecido e ocupa cada vez mais os espaços urbanos de Teresina. Outro elemento da cultura hip-hop muito presente é a dança, com cursos para a comunidade de break, dança afro e dança contemporânea.

“É mais um sonho saindo do papel. Quando estava funcionando em sua totalidade, a casa atendia cerca de 1.500 pessoas, agora, o local vai ficar novinho para que a cultura de rua volte a ganhar espaço e ter muita projeção para atender a população da zona Sul e todo seu entorno”, afirma o secretário estadual da Cultura, Fábio Novo.