No início da pandemia, o Piauí tinha 148 leitos equipados com UTIs disponíveis para atender pacientes com a Covid-19. Contudo, o Governo do Estado criou mais 98 unidades de terapia intensiva e chegou a 246 leitos. No dia 6 de abril, 30 desses 148 leitos estavam ocupados com vítimas do novo coronavírus. Já no último boletim da Sesapi, divulgado nessa segunda-feira (25), eram 148 leitos de UTI ocupados. Por conta da expensão do número de leitos, não houve lotação da rede no estado, que que contribuiu para salvar vidas.

Outro fato que deve ser levado em consideração, se o isolamento social não tivesse sido adotado, os 148 leitos de UTI existentes no início da pandemia já estariam todos ocupados e, assim, o sistema entraria em colapso, já que muitos pacientes ficariam sem atendimentos, podendo ir a óbito.

As medidas de isolamento social adotadas pelo Governo do Piauí a partir da segunda quinzena de março evitaram o colapso no sistema de saúde do Estado. Graças à adoção de medidas restritivas, a propagação do novo coronavírus foi freada e permitiu que a Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) conseguisse tempo para aumentar o número de UTIs aos pacientes acometidos com a doença, impedindo, assim, que os casos mais graves ficassem sem atendimento por falta de vagas da rede de saúde.

A demora no aumento de casos surtiu efeito. Além dos 98 leitos de UTIs que foram criados para evitar o colapso no sistema, o Governo do Estado também aumentou a oferta de leitos clínicos e leitos de estabilização. No dia 6 de abril, o Piauí tinha 723 leitos clínicos, sendo que 48 estavam ocupados por pacientes menos graves da Covid-19. Hoje, o Piauí tem 853 leitos clínicos (130 a mais), com 331 ocupados. Há ainda 45 leitos de estabilização, que são usados enquanto o paciente aguarda a transferência para uma UTI.

Os números comprovam que, se o Piauí não tivesse criado mais leitos, hoje os 148 leitos de UTI disponíveis estariam com 100% de ocupação e, portanto, os outros pacientes que necessitassem de leitos de terapia intensiva ficariam à deriva. Não somente eles, mas os que podem vir a precisar daqui para a frente.

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O secretário de Estado da Saúde, Florentino Neto, enfatiza o esforço de vários entes públicos para conseguir atender à população neste período de pandemia, como o Governo do Estado, Prefeitura de Teresina, rede privada, Hospital da Universidade Federal do Piauí e hospitais filantrópicos. “Conseguimos durante esse período um grande feito: alcançar 291 leitos com respiradores (UTI mais os leitos de estabilização). A nossa situação é diferente dos estados vizinhos, mas isso não nos acomoda, pelo contrário”, afirma o gestor.

Respiradores

Florentino informa também que até o fim desta semana deverão chegar ao Piauí 41 respiradores mecânicos que deveriam ter chegado ao estado, mas ficaram retidos em São Paulo. Uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspendeu uma outra decisão do Tribunal Regional Federal de Brasília que estava impedindo que fosse cumprida a determinação expedida pela Justiça Federal do Piauí, que ordenou a busca e apreensão para pegar os aparelhos, que haviam sido requisitados pelo Ministério da Saúde, para distribuí-los a outros estados.

Leitos existentes no Piauí em 6 de abril:

Clínicos

723 unidades

Ocupados: 48 unidades, o equivalente a cerca de 7%

 

UTI

148 unidades

Ocupadas: 30 unidades, o equivalente a 20%

 

Leitos existentes no Piauí no dia 24 de maio:

Clínicos – 853 unidades

Ocupadas: 331 unidades, o equivalente a cerca de 39%

 

UTI

246 unidades

Ocupadas: 159 unidades, o equivalente a 61%