O governador Wellington Dias reuniu-se por videoconferência, nesta quinta-feira (02), com os consultores da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e gestores estaduais. Na ocasião, foi realizada a apresentação de projeção do Produto Interno Bruto (PIB) do Piauí para 2020/2021 e foram discutidas alternativas para evitar o cenário mais pessimista para o estado.

A análise apresentada toma o comportamento médio da curva ao longo do período 2011-2017 e mostra que existe uma cointegração entre as taxas do Brasil e do Piauí. “Em uma conjuntura macroeconômica, o Piauí tende a crescer mais rápido que o Brasil, como mostram os anos de 2012 e 2017. Quando o crescimento no Brasil é mais acelerado, o PIB do Piauí se comporta de maneira similar ou cresce um pouco menos que o PIB brasileiro. Quando houve recessão nacional, também houve no Piauí”, explicou Fernando Blumenschein, consultor da FGV.

A projeção a nível nacional é que haja uma queda de 5% a 6% no mercado financeiro nos três trimestres consecutivos de 2020 e uma recuperação em torno de 3,8% em 2021. Já no Piauí, a previsão é de uma queda entre 5,1% e 9,6% em 2020 e uma recuperação de 6,7% a 6,9% em 2021. “Em razão da pandemia do coronavírus as projeções estão muito voláteis, mas o que se prevê hoje é uma queda de grande magnitude. A recuperação no próximo ano não compensará as perdas, mas é um primeiro passo, e no Piauí, decisões acertadas do governo podem amenizar a situação”, pontuou Blumenschein.

Também foi feita a análise da vulnerabilidade econômica dos municípios do Piauí, levando em conta os empregos gerais em 2015 e 2016, anos de recessão. Ao todo, 12 municípios tiveram quedas superiores a 5%, em 2015 e 2016, e são considerados os mais vulneráveis: Acauã, Agricolândia, Boa Hora, Floresta do Piauí, Jaicós, Jerumenha, Landri Sales, Palmeira do Piauí, Pedro Laurentino, Pio IX, Ribeiro Gonçalves e Santa Filomena.

Ainda foi analisado o perfil de competitividade das microrregiões brasileiras, no qual foram consolidados 224 indicadores em 14 dimensões. Foram consideradas 558 microrregiões dos 26 estados do Distrito Federal, incluindo o Piauí, onde as três com maior nível de competitividade foram a microrregião de Teresina, Floriano e Picos. Em termos de Nordeste o estado do Piauí alcançou uma boa colocação no ranking.

Segundo Wellington Dias, para evitar o cenário mais pessimista, o Governo do Piauí já trabalha para acelerar investimentos que impactem positivamente na economia do estado. “Para evitar o pior, estamos garantindo investimentos a serem aplicados nos setores que impulsionam o crescimento do PIB. A perspectiva é alcançar cerca de R$7 bilhões em investimentos do setor público na carteira de projetos. Também temos os investimentos privados, com previsão de uma carteira de R$15 bilhões e ainda investimentos da União. Temos também uma carteira de créditos de R$2,5 bilhões que se soma a esse esforço. Nosso objetivo é que o estado seja um facilitador e isso pode possibilitar efeitos positivos no PIB. Há muitos anos seguidos as taxas do PIB no Piauí tem sido cada vez melhores, mas este é um ano difícil para a economia. Vamos atrás de todas as alternativas para não ter perdas irreparáveis”, disse o governador.