Alunos do curso Repórter Digital

 

Jovens beneficiários do Projeto Viva o Semiárido (PVSA), executado no Piauí pela Secretaria de Agricultura Familiar, realizaram no último dia 18 o programa Compartilhando Soluções Especial, por meio do Curso Repórter Digital, transmitido pela TV Nestante (no You Tube).

O curso foi realizado pelo Instituto Ubiqua,  Fundo Internacional do Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Fundo Internacional do Desenvolvimento,  Universidade Federal de Viçosa (UFV/FUNABRE), Adaptando Conhecimento para a Agricultura Sustentável e o Acesso (AKSSAM ), PNUD e Brucke Le Point, da Suíça, em parceria com o Projeto Viva o Semiárido (PVSA) do Piauí, Projeto Paulo Freire, do Ceará, e Projeto Pró Semiárido, da Bahia.

60 jovens dos projetos dos estados do Piauí, Ceará e Bahia participaram do curso, que teve duração de 4 meses, de forma semipresencial, contando com disciplinas sobre ferramentas digitais, Youtube, audiovisual, podcast e como trabalhar com internet a partir da realidade das juventudes do campo.

O coordenador do PVSA no Piauí, Francisco das Chagas Ribeiro, destacou a importância da continuidade da parceria para a formação dos jovens do Nordeste: “A realização do programa transmitido pela TV Nestante, produzido pelos alunos e que faz parte deste encerramento, é um dos resultados do curso. A parceria continua com outras ações e formações e vamos disputar outras vagas que o instituto Ubiqua irá oferecer”.

Pensando no processo de conclusão do curso, o coordenador fez uma avaliação positiva, mesmo com algumas dificuldades enfrentadas pelos participantes, beneficiários e seus filhos: “Eles tiveram alguns problemas, como acesso à internet, mas conseguimos concluir e a avaliação no geral foi positiva. Os jovens também fizeram uma avaliação muito boa e estamos todos satisfeitos com os resultados”, ressaltou Ribeiro.

A consultora de Gênero, Raça/Etnia e Geração do PVSA, Sarah Luiza Moreira, que acompanha a realização do curso e esteve no apoio ao grupo na organização do programa especial, ressaltou que o curso ofereceu diferentes e importantes questões envolvendo o debate e aprendizados sobre o uso das mídias sociais, mostrando as boas práticas realizadas nos territórios e suas comunidades. “Esse tem sido um processo muito rico que está culminando na realização desse programa, que possibilitou que os jovens colocassem em prática o que foi aprendido neste período. Com o programa, foi possível construir o roteiro, exercitar o lugar de entrevistadores e entrevistados, elaborar perguntas e apresentar boas práticas que vêm sendo apoiadas pelo PVSA no Piauí”, afirmou a consultora.

Sarah Moreira destacou como exemplos o trabalho de jovens com a caprinocultura, a produção nos quintais produtivos, o trabalho com as cadernetas agroecológicas, o fortalecimento da organização e produção das juventudes, das comunidades quilombolas, assim como atividades de cultura, arte e comunicação. “Foi um momento muito rico que está culminando com encerramento deste curso neste sábado chamado de Transformatura, por mostrar a transformação que o curso trouxe para a vida desses jovens”, concluiu a consultora.

Durante o programa, os jovens produziram e apresentaram reportagens com depoimentos de jovens produtores e criadores, mostrando boas práticas, como as desenvolvidas pelos jovens do Assentamento Lisboa, em São João do Piauí, que mostrou a produção de um vídeo produzido pela aluna Elizete, sobre a intensificação da produção e comercialização de carne de caprinos através de uma estação de terminação. O momento contou com a participação de convidadas que mostraram o que tem sido realizado no semiárido piauiense através do PVSA e o trabalho da Assistência Técnica Sistemática (ATS): Francisca Neri, mulher jovem da Coovita e da Ascobetânia; Miriã Medeiros, da SEDUC, falou sobre o trabalho da educação contextualizada e Ednalva Costa, da Cootapi, sobre a ação de construção de quintais agroecológicos nas escolas.

A jovem agricultora Sandryelle da Silva Ferreira e a diretora de Educação e Extensão Rural do EMATER, Márcia Mendes, mostraram os aprendizados que o trabalho com as cadernetas agroecológicas têm proporcionado tanto para as agricultoras quanto para as equipes técnicas, dando visibilidade à contribuição econômica e produtiva das mulheres rurais. Foi possível ainda conhecer mais sobre a produção dos quintais produtivos e a tecnologia do reuso de água cinza, com a agricultora e representante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Sônia Costa. O momento contou ainda com a apresentação cultural do grupo de dança Ébano, da comunidade quilombola de Cana Brava dos Amaros e poesia, com Josineide da Costa Sousa.

Ednalva Costa, presidente da Cooperativa de Trabalho de Prestação de Serviços para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar (COOTAPI), falou em protagonismo e empoderamento dos jovens: “O resultado é maravilhoso, conhecimento adquirido e que pode ser multiplicado. A questão da sucessão rural e a demanda com a juventude é urgente e a formação é uma destas estratégias e que deve ser viabilizada por meio de políticas públicas que possam manter os jovens no campo, conforme a sua realidade”, frisou Costa.