A Covid-19 tem uma fácil proliferação no ambiente. Gotículas no ar, contato com objetos e pessoas contaminadas são as maiores formas da transmissão do vírus. Entre as medidas de prevenção da doença que tem se tornado efetiva está o uso de máscaras. A professora Francisca Lúcia de Lima, do Curso de Biologia da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), traz informações sobre o uso da máscara e o descarte desse equipamento de forma responsável.

O Governo do Piauí determinou o decreto nº 18.947, 22 de abril de 2020, estabelecendo o uso obrigatório de máscaras de proteção facial em espaços públicos em todo o estado. Com isso, o uso de máscaras cresceu nos últimos dias.

A professora Francisca Lúcia reforça que, diante do decreto, é muito importante o uso do material de prevenção, mas alerta para a importância do descarte correto da máscara, pois essa pode estar contaminada e disseminar o vírus no ambiente, favorecendo uma propagação ainda maior do vírus.

“A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o descarte da máscara após o uso. O descarte correto das máscaras, corresponde à retirada com ambas as mão, descarte em saco plástico que deve ser fechado em seguida. A pessoa deve lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool 70%. Descartar o saco plástico no lixo, após guardar o mesmo por 46 horas para inativar o vírus e proteger o pessoal que recolhe o lixo e também o meio ambiente”, pontua a coordenadora local do Programa de Mestrado Profissional em Ensino de Biologia (Profbio) e responsável pelo Laboratório de Microbiologia da Uespi (Labmicro).

A professora explica, ainda, sobre os prejuízos ao meio ambiente que a máscara descartável pode trazer. Segundo ela, a parte plástica da máscara leva cerca 400 anos para se decompor. “As máscaras mais utilizadas são as de tecido sintético, as que possuem plástico e as de TNT. As de tecido sintético levam 100 até 300 anos para se decompor, as de plástico 400 anos, já as de TNT seriam uma melhor opção para o meio ambiente pois não é feito da maneira convencional, sendo ele composto por polímero 100% em polipropileno. Ele é feito em processo semelhante ao de fazer papel. Seu prazo de decomposição é de 6 meses a um ano”, diz Francisca Lúcia.

Durabilidade de cada máscara

De acordo com a professora, existem várias opções de máscaras para a proteção. As máscaras N95, por exemplo, são capazes de deter 95% de partículas como bactérias e esporos de fungos. O 95 significa 95% de proteção contra esses patógenos.

“Essas, pela escassez, devem ser usadas apenas pelos profissionais da saúde. A N95 pode ser reutilizada após esterilização pela mesma pessoa, desde que esteja intacta, sem problema nos filtros”, explica Lima.

Máscara N95 utilizada por profissionais da saúde

Máscara N95 utilizada por profissionais da saúde

As máscaras de TNT são uma opção mais simples e devem ser descartadas após o uso, pois uma vez exposta, fica contaminada e tem que ser descartada, retirada com ambas as mão e colocada em saco plástico para descarte.

Máscaras descartáveis de TNT

Máscaras descartáveis de TNT

As de pano são a opção mais econômica para a população e devem ser retiradas imediatamente após o uso e colocada para lavar em solução de água e hipoclorito (água sanitária). Depois de seca, devem se passadas em ferro elétrico e reutilizadas por até 30 vezes, dependendo da manutenção da integridade. Não se deve passar de três horas sem trocar a máscara, pois a mesma tende a ficar úmida.