A Secretaria das Mulheres do Piauí (Sempi) está participando da etapa regional Mangabeira da 1ª Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, realizada na Pousada das Ocas, em Baía da Traição, na Paraíba. O evento, promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA) em parceria com os Ministérios dos Povos Indígenas e das Mulheres, visa fomentar políticas públicas e fortalecer estratégias para erradicar a violência de gênero e discriminação enfrentadas pelas mulheres indígenas.
A Conferência está organizada em cinco eixos temáticos, abordando questões como violência de gênero, saúde, justiça climática, gestão territorial e educação, além da transmissão de saberes ancestrais para o bem viver.

As atividades incluem vivências ancestrais, formação de grupos de trabalho e construção coletiva de propostas. Durante os debates, são consideradas as experiências nos territórios, os conhecimentos ancestrais e as demandas específicas das mulheres indígenas.
O Piauí enviou uma delegação composta por lideranças de 11 etnias. A coordenadora das Mulheres Indígenas da APOINME, Maria Djenane Tabajara, destacou a importância desse apoio. “Estou participando da Conferência em busca de projetos que possam beneficiar nossas mulheres indígenas do Piauí. Agradeço ao Governo do Estado por ter nos dado o apoio necessário para estarmos aqui. Estamos firmes nesse evento, levando propostas e buscando mais oportunidades para o nosso povo.”

A cacique Dan Akroá-Gamella ressaltou a relevância da participação. “Nossa participação neste espaço é muito importante, porque buscamos garantir mais direitos e visibilidade para as mulheres indígenas. Estamos aqui para trocar experiências, adquirir conhecimento e, principalmente, levar propostas concretas que fortaleçam as ações voltadas para as mulheres indígenas do Piauí.”
A secretária das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, reforçou o compromisso com as demandas apresentadas. “A conferência reúne representantes de seis estados, entre eles Piauí, Maranhão e Paraíba. Seguimos fortalecendo as nossas forças na construção e fortalecimento de políticas públicas para as mulheres indígenas”.

A Ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou a importância das propostas que surgem das bases. “Defendemos a preservação ambiental, o clima, os territórios e a ancestralidade”, afirmou. Ela ressaltou que as propostas devem refletir a realidade local, pois as mudanças para o povo brasileiro não vêm apenas de Brasília. A ministra enfatizou que a transformação acontece com a participação ativa de estados, municípios, prefeitos, governadores, secretários, entidades e movimentos sociais. “Sem esse engajamento e pressão, nada avança”, finaliza.
A etapa nacional da Conferência ocorre de 4 a 8 de agosto de 2025, em Brasília, reunindo cerca de 5 mil mulheres indígenas dos seis biomas brasileiros.
