Tomaram posse nesta terça-feira (4), cinquenta e duas conselheiras titulares e suplentes do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos das Mulheres (CEDDM) para o biênio 2024-2026. As novas representantes devem exercer atividades de atendimento, promoção, proteção, assessoramento e defesa dos direitos das mulheres.
Criado em 2000 e modificado em 2021 pela Lei nº 5.134, o conselho foi estabelecido para instrumentalizar a participação efetiva da sociedade civil na elaboração e implementação de políticas afirmativas.
A secretária de Estado das Mulheres do Piauí, Zenaide Lustosa, participou do evento e enfatizou a necessidade de encarar o desafio diário de combater o feminicídio no estado. “É fundamental, por exemplo, ampliar a criação de conselhos municipais. Com o suporte e a coordenação do Governo Federal, as conferências serão retomadas, fortalecendo as mulheres nos municípios e reforçando a política como um todo”, ressaltou.
A ex-presidente do CEDDM, Tatiane Seixas, explicou que o conselho tem a responsabilidade de representar as percepções das mulheres do Piauí no monitoramento e controle das propostas e na implementação de políticas públicas. “O novo colegiado precisa ter consciência que o nosso papel só não é melhor desempenhado porque há um machismo estrutural que ultrapassa as barreiras”, explica.
A defensora Carla Yáscar ressaltou a relevância das mulheres, em sua ampla diversidade na luta desafiadora contra a violência. “Muitas vezes nos sentimos até mesmo encurraladas, dadas as estruturas que nos oprimem, e tantas vezes nos vemos até sem forças para ir além nessa batalha por nossos direitos, de transitar em segurança pelas ruas, pelo direito de existir”, contou.
A ocasião também foi de homenagem. Ana Lúcia Lima Machado, representando o Coletivo Feminino Gemdac, homenageou a ex-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos das Mulheres e conselheira da Gemdac, Jesus Lima, que faleceu em 2023.
As empossadas agora assumem o compromisso de criar políticas que visem a valorização da mulher e a criação de condições reais para o combate à discriminação de gênero.
“Para nós que somos do controle social é um espaço importante para que a gente possa estar ativamente na defesa das mulheres”, contou a conselheira empossada pelo 2º mandato, a titular da Associação de Prostitutas do Piauí (APROSPI), Makely Gomes.
A diretora de Promoção da Cidadania LGBT da Sasc, Josiane Borges, foi empossada como suplente. Ela enfatizou que a luta das mulheres é uma luta constante principalmente porque pauta todos os segmentos.
“Nós temos hoje a população trans e LBTIs, que são populações de mulheres que precisam estar inseridas na luta, e nós estamos aqui para dar voz e vez a essa parcela da população que vem morrendo todos os dias no Brasil pelo simples fato de existirem”, finaliza.
