A distribuição dos kits para a 3ª Corrida contra o Feminicídio, organizada pela Secretária de Estado das Mulheres (Sempi), que inclui camiseta, garrafa, numeração e material informativo, teve início nessa quarta-feira (22). Os participantes podem retirar o material na própria sede da Secretaria até a sexta-feira (24), e no sábado (25) no Parque Nova Potycabana. Até o momento mais de 200 partcipantes já retiraram seus kits.
Um dos principais propósitos do evento é aumentar a conscientização sobre o feminicídio, enfatizando a necessidade de combater essa realidade. “Queremos um Piauí livre de misoginia e a Corrida está alinhada com esse objetivo, buscando sensibilizar sobre a importância do engajamento de toda a sociedade”, destaca a secretária das Mulheres, Zenaide Lustosa. Ela ressalta ainda que todas as pessoas interessadas podem participar da Corrida, com ou sem kit.
A gerente do Centro de Referência Francisca Trindade, Joelfa Farias, relata que a equipe da Sempi dedicou o mês inteiro à articulação dos detalhes da Corrida, visando assegurar sua eficiência e o cumprimento dos objetivos delineados. “As inscrições desta edição alcançaram um recorde não imaginado, e por isso tivemos que fechar o link das inscrições antes do prazo previamente estipulado”, esclarece Joelfa.
Débora Raiane foi uma das primeiras a chegar para pegar seu kit. Para ela, este movimento é significativo, pois reúne mulheres em prol de um objetivo comum: a luta contra o feminicídio. “A morte das mulheres é algo recorrente, não apenas em Teresina, mas em todo o mundo. Por isso, é essencial unir a força feminina para enfrentar essa realidade”, destaca Débora.
Quem também já pegou seu kit foi o enfermeiro Álvaro Sepúlveda, que atua na área da saúde da mulher. “Estou constantemente envolvido com o público feminino, que representa a maior parte da clientela, especialmente na Atenção Básica de Saúde”, observa. Ele ressalta que ao tomar conhecimento de campanhas em apoio às mulheres, percebe a relevância cultural dessas iniciativas, especialmente diante dos alarmantes índices de violência contra a mulher no estado. “É um problema que estamos gradualmente tentando desconstruir. A participação dos homens, embora minoritária, é fundamental para influenciar e apoiar essa luta”, destaca Álvaro.
A auxiliar administrativa, Aline Andrade, compartilhou que pratica corrida há bastante tempo, mas foi especialmente a causa que a motivou a se inscrever. “No ano passado não pude participar, mas este ano me inscrevi no primeiro dia disponível”, revela Aline. Já Edson Vieira, aposentado, compareceu acompanhado da esposa. “Recebi orientação médica para praticar corrida devido à minha diabetes, então esta é uma excelente oportunidade para unir atividade física com uma causa social”, explica Edson.
A prática esportiva pode ser uma ferramenta poderosa para elevar a autoestima de mulheres, como é o caso da Rosaline Brito, que está se preparando para participar pela segunda vez da Corrida contra o Feminicídio. “Foi no ano passado, durante a segunda edição da Corrida, que encontrei o estímulo para iniciar minha jornada na prática esportiva e desde então não parei de correr”, revela. Ela compartilha que, ao longo desse período, conseguiu perder 27 quilos. Além disso, como mãe de uma criança de 4 anos, Rosaline sempre envolve sua filha nas corridas na categoria kids. “Esta luta é de extrema importância, pois tentam nos privar do direito de ser mulher”, enfatiza.

3ª Corrida contra o Feminicídio
A Corrida contra o Feminicídio, também conhecida como Corrida contra a Misoginia, é uma iniciativa da campanha “Ei, mermã, no enfrentamento ao feminicídio”, uma ação em prol da conscientização e combate à misoginia, representando a luta pelo fim do feminicídio em nossa sociedade.
O evento terá início às 6h, no domingo (26), com largada e chegada no Parque Nova Potycabana. O percurso, com extensão de 2,5 km, seguirá pela Av. Raul Lopes em direção à ponte Wall Ferraz, retornando pela rotatória do Monumento “Negros Mercadores” e terminando no palco principal do Parque Nova Potycabana.