Criar, pintar, esculpir e se reconectar consigo mesmo. Essa é a rotina de cerca de 30 pacientes atendidos diariamente pelo setor de arteterapia do Centro Integrado de Reabilitação (Ceir), em Teresina. Desde 2008, a unidade vinculada à Secretaria de Saúde (Sesapi) tem se consolidado como referência em reabilitação física e emocional no Piauí, com certificação de qualidade da Organização Nacional de Acreditação (ONA) Nível 1, símbolo de excelência em qualidade e segurança.
A técnica é aliada poderosa na recuperação de quem enfrenta deficiências físicas, auditivas ou intelectuais. Segundo a arteterapeuta Emanoelle Sato, há 15 anos no Ceir, a arte atua diretamente no fortalecimento da coordenação motora, equilíbrio, cognição e também promove saúde mental, autoestima e autonomia.

“Tem pacientes que chegam aqui sem conseguir segurar um lápis. Com o tempo, conseguem desenhar, pintar e se expressar. Muitos chegam abalados emocionalmente e saem mais confiantes. Isso é libertador. A arte também é ferramenta de autoconhecimento e saúde mental”, resume Emanoelle.
Histórias como a da professora Ceiça Sena, que sofreu um AVC e hoje, mesmo com baixa visão, redescobriu a alegria de viver ao pintar, são reflexo do poder transformador da arteterapia. “Nunca pintei antes. Agora estou aqui, feliz, criando. Me sinto viva de novo”, elogia.

Outro exemplo é da pequena Ariane, de 10 anos, que há quase um ano participa da arteterapia. Ela passou por uma cirurgia na coluna que comprometeu os movimentos das pernas. Sua mãe, Poliana de Oliveira, conta que o impacto da arteterapia foi surpreendente. “Ela era muito tímida, retraída. Hoje conversa mais, interage com os amigos. A terapia fez toda a diferença na qualidade de vida dela”, relata.
Mais do que um setor, a arteterapia do Ceir é uma ponte para a autonomia e a reinvenção da vida.
