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Estações sismográficas em Pedro II e Floriano integram rede de monitoramento de terremotos no Nordeste

Último registro de tremor no Piauí ocorreu na cidade de Elesbão Veloso, no dia 16 de junho, com magnitude de 2.3mR.

Mesmo sem grandes ocorrências, o Piauí possui duas estações para monitoramento de tremores de terra e terremotos. Esses sismógrafos, situados nas cidades de Floriano e Pedro II, integram uma rede formada por mais de 40 estações espalhadas pelo Nordeste, coordenadas pelo Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). As informações registradas por eles são compartilhadas com a Defesa Civil Estadual, que as utilizam para avaliar possíveis efeitos de atividades sismológicas.

Como ocorreu, no último dia 16, quando as estações registraram um tremor de terra no município de Elesbão Veloso. A atividade ocorreu às 13h14 e teve magnitude preliminar de 2.3 mR. Contudo, o tremor, por ter baixa magnitude, não foi sentido por moradores da região. O registro anterior a este, no Piauí, ocorreu em 27 de outubro de 2024, quando um sismo natural de magnitude estimada em 2.1 mR atingiu o município de Domingos Mourão, ocorrido às 15h47.

“As estações sismográficas têm um duplo propósito. Ao mesmo tempo que elas geram um manancial de dados para o LabSis compreender as zonas sísmicas do Nordeste, a frequência com que as áreas tremem, elas também são mecanismos de política pública de Defesa Civil, porque permite que ela localize a frequência e a intensidade dos sismos e se eles provocam algum tipo de risco a infraestruturas que são estratégicas, como as barragens, ou mesmo provocam algum tipo de ameaça ou perigo à segurança das pessoas “, detalha Werton Costa, diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa  Civil Estadual.

Entre 2020 e 2023, foram detectadas no Piauí quatro atividades sismológicas: dia 28/05/2023 em Júlio Borges, às 01h52 – magnitude 2.3; dia 15/02/2021 em Demerval Lobão, às 20h34 – magnitude 2.1; dia 10/06/2021 em Oeiras, às 20h16 – magnitude 2.5; e dia 08/11/2020 em Altos, às 15h40 – magnitude 2,3. Todos eles são considerados de baixa magnitude, já que estão abaixo de 3.5, e, geralmente, não são sentidos ou causam apenas pequenos danos. 

“É de grande importância a contribuição dessas estações, mesmo sendo o Piauí um estado que não tem histórico de repetição e de frequência de tremores. Mas essas estações auxiliam na localização de tremores que ocorrem em outras partes do Brasil, não só do Nordeste. E nós temos uma parceria com o pessoal da Defesa Civil, que sempre nos auxilia nessa atividade. Todos os dados produzidos e analisados pela rede, essa contribuição de informações é repassada para as Defesas Civis dos municípios, dos estados e também para o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN), em Brasília”, afirma Eduardo Menezes, geofísico do LabSIS.

Sismógrafo que integra a rede LabSis. Imagem: Portal UFRN

O LabSis da UFRN realiza pesquisas em geofísica, utilizando dados sismológicos para entender a estrutura e evolução da Terra e estudar fenômenos como terremotos. O laboratório estabelece parcerias com diversas entidades públicas e privadas, como Petrobras, CNPq, CPRM, USGS, Marinha e Dnocs, para o desenvolvimento de suas atividades.

No Piauí, os tremores são causados por falhas geológicas que entram em atividade natural em virtude dos esforços de pressão e contração no interior da terra. A maioria das manifestações ocorre na região do Cristalino (Serra Grande), na divisa com o Ceará, Bahia e Pernambuco. São sempre tremores de baixa magnitude, que não causam danos em edificações. “É importante que a gente monitore a nossa realidade para, caso seja necessário, adotar providências mais eficientes à população. O Brasil, por estar localizado no centro da placa tectônica sul-americana, não registra tremores que causam quedas de prédios ou acidentes mais graves.

Os sismógrafos são capazes de detectar tremores em regiões localizadas a uma distância de até mil quilômetros. Essa sensibilidade permite também a detecção de tremores secundários. Ele funciona com base em princípios de inércia e sensibilidade a vibrações. No Brasil, a rede de monitoramento sísmico é gerida principalmente pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), além de outras instituições regionais. Atualmente, o país possui cerca de 80 a 100 estações sismográficas em operação, distribuídas em diferentes regiões.

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