No Dia Nacional da Matemática, celebrado nesta terça-feira (6), o Piauí tem muitos motivos para comemorar. Mais do que números e fórmulas, a disciplina de matemática tem sido, no Estado, uma verdadeira ponte para o futuro de milhares de jovens. Com programas estratégicos e investimentos contínuos, o Governo do Estado, por meio da Secretaria da Educação (Seduc), tem feito da matemática uma aliada poderosa na promoção da educação de qualidade e na descoberta de novos talentos.
De norte a sul do Estado, histórias de superação e conquistas se multiplicam. E não é por acaso. Iniciativas como a Seduc Olímpica, o Simula+ Saeb e os minitestes semanais vêm transformando salas de aula em espaços de engajamento, desafio e motivação. Os resultados já aparecem e os estudantes piauienses se destacam nas principais competições do país.
Somente em 2024, os estudantes da rede estadual conquistaram: 201 medalhas no Torneio de Matemática das Escolas Estaduais (TME); 630 medalhas na Olimpíada Mandacaru; 76 medalhas na Canguru de Matemática e um desempenho histórico na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) com 38 medalhas nacionais (sendo 4 de ouro) e 127 medalhas na etapa estadual. Essas conquistas colocaram o Piauí em 2º lugar no Nordeste e 7º no Brasil entre alunos do ensino Médio.
Para o secretário da Educação, Washington Bandeira, os números refletem um esforço coletivo, que vai além das salas de aula. “O compromisso do Governador Rafael Fonteles com a educação tem possibilitado uma verdadeira revolução na aprendizagem da matemática. Estamos promovendo oportunidades reais para nossos estudantes desenvolverem habilidades que vão muito além do currículo escolar”, destacou.
De Cocal dos Alves para o Brasil: um exemplo de dedicação
Quem fala de matemática no Piauí logo lembra de Cocal dos Alves, município a 281 km de Teresina, conhecido como a “Capital da Matemática”. Lá, o Ceti Augustinho Brandão coleciona medalhas e, mais que isso, histórias inspiradoras. Ao todo, são mais de 300 premiações na OBMEP, resultado de uma cultura escolar que valoriza o conhecimento e a disciplina.
“Aqui, buscamos mostrar que a matemática faz parte da vida. Ela está no cotidiano, nas escolhas, nos sonhos. Quando o aluno entende isso, ele se envolve de verdade”, conta o professor Raimundo Alves de Brito.
O Ceti Augustinho Brandão é um exemplo de como a Escola de Tempo Integral, aliada a políticas públicas eficazes, como a Seduc Olímpica e os simulados do Pré-Saeb, forma alunos preparados para os desafios do presente e do futuro.
Matemática como trampolim para a Universidade
Apaixonada por números desde cedo, Micaele Magalhães Brandão Veras, de apenas 17 anos, encontrou na matemática um caminho de transformação. Aluna do Ceti Inês Maria de Sousa Rocha, em Piracuruca, ela conquistou o que muitos consideram um feito extraordinário: foi aprovada em seis universidades públicas, incluindo algumas das instituições mais prestigiadas do Brasil — como o IMPA Tech, no Rio de Janeiro, a Unicamp, em São Paulo, e a FGV-EMAp, também no Rio. No Piauí, garantiu vaga na UFPI, UFDPar e IFPI.

Mas, por trás dessa lista impressionante de aprovações, há uma trajetória marcada por esforço, disciplina e muita paixão. Micaele carrega no currículo medalhas de importantes olimpíadas estudantis, como a OBMEP, o TME, a Canguru de Matemática e a Olimpíada Mandacaru. “Sempre admirei o IMPA. Sou apaixonada pela área e acredito que a matemática foi a chave para todas essas conquistas”, destaca com brilho nos olhos.
E ela não está sozinha nessa jornada. Outro talento que ganhou destaque é Alex Veras, aluno do Ceti Augustinho Brandão, em Cocal dos Alves. Em 2024, aos 19 anos, ele conquistou o 6º lugar nacional na OBMEP 2023 — resultado que lhe garantiu uma vaga na primeira turma do IMPA Tech, um dos cursos de graduação mais promissores do país, focado em Matemática da Tecnologia e Inovação.
Alex conta que o IMPA não estava entre os seus primeiros planos. Mas a afinidade com a matemática falou mais alto. “A gente passava o dia resolvendo questões, aprendendo como a OBMEP cobrava os conteúdos. Foi muito esforço, muita entrega. Mas valeu a pena”, relembra com orgulho.
Histórias como a de Pedro Victor, ex-aluno do mesmo Ceti de Alex, mostram que a matemática não abre só portas para carreiras na área exata. Hoje cursando Medicina na UFDPAR, ele afirma com convicção: “Foi a matemática que me trouxe até aqui. Ela me ensinou raciocínio, estratégia e paciência. Sou grato aos meus professores e aos projetos da Seduc, como o TME, que mudaram minha vida.”
Ronald Luiz Campelo Cruz, de Novo Santo Antônio, também viu sua vida se transformar depois das medalhas em olimpíadas. Aluno do Ceti Antônio Vitório de Sousa, ele destaca um momento marcante: “O TME foi minha primeira vitória. Foi ali que tudo mudou. Passei a acreditar que era possível. A matemática me deu uma nova visão de mundo — e hoje estou na universidade por causa disso”, relatou o estudante.
“Esses jovens são mais do que estudantes com talento. São prova viva de que, com apoio certo, incentivo constante e oportunidades reais, a educação transforma e a matemática pode ser o ponto de partida de grandes sonhos”, reforça o secretário Washington Bandeira.