O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Defesa Civil Nacional, reconheceu a situação de emergência em 126 municípios piauienses afetados pela estiagem. O decreto foi publicado no Diário Oficial da União, nessa segunda-feira (19). A medida permite a liberação de recursos federais para ações de enfrentamento aos impactos da seca e assistência à população atingida.
Em 2025, o Piauí enfrenta a pior seca dos últimos cinco anos. Dados atualizados de abril do monitoramento da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) indicam que 100% do estado apresenta algum estágio de seca. A última vez que o estado experimentou uma seca grave (nível S2) em um mês de abril foi em 2020.
A redução do volume de chuvas intensificou a seca no sudeste do estado. Nas regiões norte e centro, a seca moderada (S1) se expandiu, com órgãos de monitoramento alertando para impactos de curto e longo prazo na população.
O cenário atual mostra que 22% do estado enfrenta seca fraca (S0), 60% está sob seca moderada (S1) e 18% já registra seca grave (S2). Em números absolutos, são 54 municípios com seca fraca, 165 com seca moderada e 60 com seca grave. O avanço foi significativo em relação ao mês anterior: a seca moderada cresceu 33,4% e a grave aumentou 7%.
A Semarh acompanha de perto a situação e segundo o secretário Feliphe Araújo, o governo está mobilizado para mitigar os impactos. “Estamos monitorando o avanço da seca em tempo real e articulando medidas emergenciais com os municípios, dando celeridade na autorização de outorgas e zerando a fila de processos de regulação de recursos hídricos, como forma de enfrentamento à seca no estado. O momento exige atenção redobrada e respostas rápidas para garantir água e segurança alimentar à população atingida”, afirmou o secretário.
A climatologista da Semarh, Sara Cardoso, responsável pelo monitoramento da seca, alerta que o cenário pode se agravar nos próximos meses. “Os índices de precipitação estão muito abaixo da média histórica. A tendência, infelizmente, é de manutenção ou piora do quadro se não houver mudança no padrão climático nos próximos meses”, explicou.